CEOM da Unchapecó celebra 30 anos de fundação
O Oeste de Santa Catarina é um celeiro de culturas e tradições, que das mais variadas formas, compõem a identidade deste povo. Preservar e estudar esta memória não é tarefa fácil, mas as descobertas que ela nos proporciona são formas de descobrir mais sobre nós mesmos. Com um acervo de 400 metros lineares de documentos, 700 representações cartográficas, 100 mil peças arqueológicas e mais de 30 mil imagens que contam a história de Chapecó e região, o Centro de Memória do Oeste Catarinense (CEOM) da Unochapecó comemora seus 30 anos.
Na década de 1980, devido ao acelerado processo de urbanização que estava acontecendo, surgiu a preocupação com a proteção, promoção e difusão do patrimônio cultural regional. Com isso, um modo de preservar a identidade do povo começou a ser pensada por dirigentes públicos e professores, para que a história não fosse perdida. Como forma de aliar o ensino, a pesquisa e a extensão, além de promover o conhecimento sobre a história local, a Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), mantenedora da Unochapecó, criou o projeto do Centro de Memória do Oeste Catarinense (CEOM) em 1986.
Configurada como uma das principais instituições de proteção, pesquisa e difusão do patrimônio histórico e arqueológico do estado, o CEOM foi pioneiro na região e iniciou o processo de formação do acervo histórico com fotografias e depoimentos orais. Uma das primeiras atividades foi a criação de comissões municipais de coordenação da memória local, que ajudou a expandir os conhecimentos para outras cidades, resultando na criação de vários museus, casas de cultura e centros de memória. Algumas atividades, que aconteceram no início do CEOM, são realizadas até hoje, como cursos de capacitação e a publicação da revista “Cadernos do CEOM”, que proporcionou um reconhecimento a nível nacional, com a publicação de artigos sobre diferentes temáticas na área de ciências humanas.
“Nestes 30 anos, o CEOM colaborou na criação de vários espaços deuno memória, grandes acervos foram salvaguardados e foram publicadas mais de 60 obras bibliográficas, na grande maioria sobre história regional”, relata a responsável pelo CEOM, professora Mirian Carbonera. De acordo com ela, graças ao Centro, hoje podemos conhecer e valorizar os diferentes sujeitos que fizeram parte do processo de formação da nossa região.
O CEOM conta hoje com a colaboração de seis funcionários, quatro estagiárias e duas bolsistas de extensão. Os setores são divididos entre o Centro de Documentação e Pesquisa (CEDOC), o Programa História-Patrimônio-Comunidade e o Núcleo de Estudos Etnológicos e Arqueológicos (NEEA). Também, fazem parte do Centro, o Núcleo de Difusão Cultural e Educação Patrimonial, a Divulgação Científica e Cultural e a Biblioteca Setorial. Inserido em um contexto de transformações, tanto no cenário cultural como no ensino superior, novas demandas e possibilidades vêm ganhando espaço. “O CEOM é visto como uma instituição de referência, com atividades sólidas e permanentes na área de preservação patrimonial. As conquistas e o reconhecimento que temos hoje é fruto do trabalho de gerações de profissionais que já aturam no Centro nestes 30 anos”, destaca Mirian.
Planos para o futuro
Em três décadas de atividades, muitas descobertas, conhecimento e cultura fazem parte da história do CEOM. A estrutura do Centro está localizada hoje no segundo piso do Terminal Rodoviário Intermunicipal de Chapecó “Raul Bartolomei”. Mas pensando em um novo espaço para abrigar tanta cultura e conhecimento, a Unochapecó desenvolveu um projeto que prevê a construção de uma nova sede. O prédio de quatro andares com mais de 1500 m2 vai estar mais próximo dos estudantes e da comunidade, pois será construído junto ao campus da Universidade. Em novembro do ano passado o projeto foi cadastrado no Ministério da Cultura e agora está em fase de avaliação técnica.
Durante este ano, o CEOM vai contar com atividades especiais, que vão marcar as comemorações da data. Como forma de celebrar a importância da valorização da memória da região, a Unochapecó vai resgatar momentos de nossa história. Durante todos os meses do ano, serão elaboradas matérias com base no acervo guardado pelo CEOM.